sábado, 26 de agosto de 2023

É OU PARECE SER


A vida e suas disputas. Hoje me vi cantando uma canção de Renato Russo que diz que tudo que é demais não é o bastante, que a primeira vez é sempre a última chance e ninguém vê onde chegamos. E lamento dizer que ele tem razão. Mas, o que eu queria retratar hoje é como as pessoas se vendem por presentes, lembrancinhas e regalos e, só se conseguem alguma valorização social pelo que se tem. As pessoas são capazes de lhe bajular se você for capaz de enchê-las de presentes, regalos e lembrancinhas. Mas, se olharem para você, trajando vestes surradas e gastas, não irão se indispor a se esforçar para lhe reconhecer algum valor. O valor do pobre é servir de escada para algum aproveitador se beneficiar com a construção da autoimagem de benfeitor bondoso, caridoso e pai dos pobres. Pouquíssimos são os que agem com a mão direita ocultando-a da mão esquerda. 


Ando simples e não procuro fazer sacrifícios a me aparentar ser de uma classe social abastada. E, sei que pelas vestes que uso para cobrir meu corpo, pouco valor tenho à sociedade e, até mesmo no bairro em que resido; convenhamos, é periferia da cidade de São Paulo. Mesmo aqui, as pessoas não me olham como um indivíduo que se possa extrair alguma vantagem material. 


Espero que quando você for ler essas linhas não sinta a obrigação de se ter compaixão por mim, e peço só tenha amizades por mim se a minha pessoa tiver algum valor humano para você, até porque dificilmente irei ascender socialmente.  Caso eu ascenda, espero não sair pelo mundo a distribuir regalias com intuito de me autopromover  e nem ser bajulado. Sinceramente, espero que você não se entregue a atitudes sociais baseadas em qualquer ideologias irrefletidamente, e que adquira ao menos um pouco de capacidade de reflexão para não se levar tão somente pelas aparências.


Mas, meu amigo, não pense que eu tenha algum ressentimento pela minha pobreza. Não tenho. Meu defeito é comunicar-me e interagir com desconhecidos. Bem, nem sei porque estou lhe dizendo isto. Gosto de me descrever assim, até porque a maioria de nossos símbolos e concepções de sucesso é uma tremenda vaidade. Eu sou filho de São Francisco de Assis. Não quero lhe dizer que eu sou santo. Longe estou em alcançar tamanha elevação de alma quanto a dele. Entretanto, ando desapegado das coisas materiais e da pomposidade. Acredito em Deus, embora difícil seja me identificar  com a imagem Dele apresentada pelas igrejas. Os seus líderes estão tomados pela sede de poder e fome de fama. Eles disputam entre si quem tem mais seguidores espirituais, poder espiritual, maior capacidade de persuasão e o autêntico dominador do poder divino. Penso que tudo isso é  loucura, mas muitas pessoas seguem suas palavras, e digo com certeza, que elas são ovelhas sem pastor, pois esses líderes não estão dispostos a cura-las  das feridas, mas se utilizar das fragilidades delas para mantê-las sob seus domínios e, como dito acima, também  para se autopromover sobre as mazelas alheias. Se um dia você for a algum culto religioso, ouça toda a pregação , mas não se deixe seduzir por todas as palavras dos líderes. Do contrário, meu amigo, se tornará mais uma ovelha aprisionada pelo falso pastor.

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

À MINHA ETERNA AMADA RENATA


Entre tantos escritos sobre diversos temas políticos e sociais, neste queria falar do amor, em dedicação à minha amada, Renata Alves, de um amor que não se mede por comparações em termos exatos, mas pela intensidade de alma e corpo, da força vital que se vivencia quem escolhe dentre tantas possibilidades que nos são apresentados, seres humanos, viventes no mundo.
Pois, a vida em si já se apresenta a nós com suas inúmeras possibilidades que nos exigem decisões a ser tomadas. E, com as escolhas feitas, nossa vida segue um rumo, que eliminam algumas possibilidades, mas que podem originar outras mais. Mas, penso que a possibilidade mais sublime a ser escolhida é se entregar ao amor. O curioso que o amor não se escolhe como uma possibilidade, mas se decide em abraça-lo ou não. A amada surge com vitalidade a nossa frente, porém, há quem descarte entregar-se a ela por diversos motivos: pode ser por conta da religião, ou por interesse de sucesso profissional ou para conseguir garantias financeiras. E, tentam sufocá-lo e, em vão, porque a amada se faz presente a nós, não apenas fisicamente e, sim, dentro de nossa interioridade e segue dentro de nós até o fim de nossa existência.
Assim, eu sinto a presença de minha amada em todas as horas do dia. Do amanhecer ao anoitecer. E, até mesmo durante o sono a amada está lá, totalmente presente. E sinto no calor de sua pele como aquecedor da alma e conforto do espírito. Hoje toda a motivação da minha vida é ter a presença de minha amada.
Sabe-se que a sociedade atual se entregou a tantas futilidades. O mercado se tornou senhor absoluto dos desejos e das paixões humanas, que viraram territórios a ser explorados em nome do lucro. Muitas pessoas se rendem à força do mercado em detrimento do amor. Vivem sensações efêmeras e, ainda consideram como relacionamento íntimo a alienação de um ao outro, que se juntam apenas para desafogo da necessidade animalesca, sem o toque profundo das sensações da alma que o realizam como humano, um ser existente singular.
Mas, o amor verdadeiro não se rende ao mercado. Não entra no jogo da sociedade contemporânea que justifica a infidelidade como um ato de amor e, desconsidera a maior vitalidade que o ser humano pode vivenciar, deixando de lado de assumir o maior sentimento de existência. O amor é independente dos papéis sociais e, é livre a todos os seres humanos de todas as classes sociais. Ele não se deixa prender pelo mercado e não gera lucro. Portanto, o mercado o descarta da sociedade.
E, ter se entregado ao amor não tem preço. Encontrar cotidianamente minha amada me faz saber que apesar das distorções da sociedade, a autenticidade de minha existência consiste nesta vivência diária entre eu e Renata, minha vida e eterna companheira.

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

EXPULSÃO DO DEPUTADO FEDERAL ALEXANDRE FROTA DO PSL



Muitos políticos e personalidades artísticas, no decorrer da campanha eleitoral de 2018, apoiaram entusiasticamente o candidato à presidência do Brasil, Jair Bolsonaro do PSL, que na época era deputado federal. Ele ganhou milhares de seguidores nas redes sociais por conta de seus discursos agressivos e de ofertas de soluções simples para combater a violência e a corrupção no país, que lhe rendeu até o título de mito pelos seus fãs e admiradores. Em decorrência desse fenômeno, muitos cidadãos enxergaram em sua figura o político ideal para assumir a presidência do Brasil, juntamente com o juiz Sergio Moro, caso se candidatasse.
Entre os políticos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro encontrava-se o deputado federal Alexandre Frota, na época do PSL, que imbuído pelo estilo semelhante de discurso, afirmou que acreditava na proposta política da família Bolsonaro e, em sua incorruptibilidade na vida política e social. Entretanto, com o passar dos meses desse governo, denúncias de fraudes e corrupções envolvendo a família Bolsonaro e, pronunciamentos no mínimo estranhos do presidente, para quem ganhou fama de político honesto e defensor da moralidade, causaram mudanças na postura do deputado Frota, que em algumas ocasiões lhe dirigiu críticas diretas. Ele também não poupou críticas dirigidas ao diretório estadual de São Paulo do PSL, o qual afirmou parecer uma organização de milícia de ex- PM.
Após ser advertido pela diretoria do PSL, surgiu boatos que o deputado Frota seria expulso do partido e, essa afirmação se confirmou e certa foi sua exclusão. Ao sair o comunicado oficial desta decisão, ACM Neto fez o convite ao deputado Frota para se filiar ao DEM. PSDB também fez o convite e, ganhou a disputa. Com o apoio do governador João Doria, o deputado Frota filiou-se ao PSDB.
Ao analisar o fato da expulsão do PSL e da filiação ao PSDB, esses partidos levam uma possível vantagem em torno deste deputado. Para o PSL, vivendo um momento favorável no qual a sigla cresceu meteoricamente graças à aposta em apoiar Jair Bolsonaro como candidato a presidência e, ainda na colheita dos frutos desse investimento, é preferível eliminar quem o critica abertamente que criar atrito com a família Bolsonaro. Para o PSDB o deputado Frota poderá representar um trunfo eleitoral para fazer oposição ao presidente Bolsonaro e preparar o terreno para candidatura do governador João Doria para presidente em 2022.

domingo, 11 de agosto de 2019

DEFECAÇÃO RACIONADA PARA PRESERVAÇÃO AMBIENTAL



No dia 09 de agosto de 2019, alguns repórteres abordaram o presidente Jair Bolsonaro e, como de costume, lhe fizeram diversas interrogações em busca de respostas que possam ser de interesse público ou de mais algumas de suas “pérolas” para a venda de notícias polêmicas. E, se deve reconhecer que Bolsonaro tem se tornado um grande contribuidor para os jornalistas de plantão adquirir materiais formidáveis para elaborar matérias empolgantes para os leitores, principalmente para seus opositores, com discursos agressivos, pronunciamentos irônicos e debochados e poucos argumentativos para justificar as ações governamentais.
E, nesse dia não foi diferente. Ao ser questionado por um dos jornalistas a respeito da possibilidade de conciliação entre preservação ambiental e crescimento econômico, o presidente Bolsonaro lhe sugeriu fazer cocô dia sim e dia não como contribuição na redução da poluição do meio ambiente. Com essa resposta, mais uma vez ele se expõe com a imagem de um líder do executivo incapacitado em apresentar com clareza seu projeto político e imaturo para o exercício do cargo presidencial. Para o exterior, esse modelo discursivo fornece à imprensa internacional pouco simpática para conosco, povo brasileiro, elementos para retratar-nos como pessoas imbecilizadas, ignorantes, bestas sensualizadas que só produzimos jogadores de futebol, carnaval, e fornecemos para o mundo a cultura musical pornográfica. É interessante ter-nos memória da imagem espetaculosa da votação da aprovação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, que retratou o congresso nacional, no mínimo, como um local que os parlamentares não levam muito a sério como local de trabalho de grande importância de tomada de decisões políticas.
Essa sugestão irônica deve-se ser considerada também como uma perda de oportunidade do presidente Bolsonaro de comunicar para o povo brasileiro sua preocupação e interesse por essa temática, pois, muitos de nós somos conscientes da importância da expansão do agronegócio para a economia brasileira, mas por outro lado, da inviabilidade de manter o desmatamento em crescimento, tornando cada vez mais insustentável o modelo de produção agrícola vigente. E, grande responsável pelo desmatamento é a expansão do agronegócio.
Claro que um presidente não tem como apresentar soluções mágicas para todos os problemas de um país, mas também responder questionamentos pertinentes com deboches não traz ganhos nem para o governo e nem para os cidadãos.
É  compreensível que nem todos os jornalistas são simpáticos a um estilo de governo e, isso é uma realidade  desde a origem dos jornais impressos, ou seja, não é uma postura atual. Mas, no momento que um político democraticamente eleito aceita exercer a função governamental, é proveitoso para si e para a população a condução de forma respeitosa para com a equipe jornalística. E este ciente que sua profissão é transmitir as informações para os cidadãos, de forma ética e competente.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER É SUPREMACIA DA CULTURAL PATRIARCAL?

Por esses dias foi noticiado nos jornais que o governador do Estado de São Paulo, João Doria, vetou o projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa, que garantiria o funcionamento de 24 horas da Delegacia da Mulher. Essa atitude fomentou protestos de pessoas ligadas aos movimentos sociais de defesa dos direitos das mulheres, pois, são diversos casos de agressão contra a mulher que ocorrem diariamente que justificam a necessidade de manter delegacias específicas para atender essas vítimas a quaisquer horas disponíveis que não conseguem nas delegacias convencionais na mesma qualidade.
Mesmo com a divulgação da lei que garante formalmente a proteção da mulher, e com a conscientização a respeito deste tema, essa realidade que violenta o sexo feminino permanece em nossos dias como algo cruento que ilumina a compreensão filosófica que afirma que na contemporaneidade o avanço tecnológico, que a humanidade não se esgota de se surpreender de sua capacidade, não necessariamente é motor impulsionador de desenvolvimento social e, em muitos casos se percebe que nesta área há uma decadência de humanidade. Em relação da violência contra a mulher, atitudes que vimos ser noticiados diariamente parecem concordar com a visão do filósofo da antiguidade grega, Aristóteles, que na obra A Política, argumentava que a condição natural do homem é comandar e, a da mulher é ser comandada e ser submetida ao domínio masculino. O bem da mulher consiste na submissão e, caso se rebelasse contra essa  condição de sua natureza, o homem deveria utilizar-se dos meios para manter a ordem natural das coisas, ou seja, de manter a mulher sob seu domínio.
Estranhamente, essas ideias se encontram arraigadas no inconsciente masculino. Há tantos homens que agridem e matam suas companheiras por estas não atenderem aos seus caprichos, mostrando que há diversas relações de enamorados e conjugais dominadas por atitudes abusivas. E, há inúmeros casos em que diversas mulheres decidiram por um fim nessas relações, por conta disso  foram duramente agredidas e assassinadas. Há também relatos de torturas psicológicas de homens que ameaçam tomar os filhos de suas companheiras e, até os mataram com o objetivo sádico de agredi-las.
Essa questão social tão presente em nosso tempo, na era do mundo informacional em velocidade recorde, que rompe as fronteiras nacionais por meio do mundo cibernético, com a internet estreitando as distâncias do mundo globalizado, sinaliza com esse exemplo  que o amadurecimento moral da sociedade não acompanha esse avanço  com a mesma capacidade obtida pela tecnologia digital. 
De fato, muitos costumes da antiguidade se espalharam pelo tempo por obra de pensadores moralistas. Por conta disso se compreende que no inconsciente de muitos homens se conserva os costumes do poder patriarcal e, parece ser uma desonra superar esse paradigma mesmo no tempo atual.
 Além do mais, a decisão do governador João Doria pode ser entendido que na sociedade moderna pautada na liberdade e igualdade não há motivo de uma delegacia específica para as mulheres, mas para muitos profissionais jurídicos  o interessante é o fechamento total dessas delegacias, por entender que mulheres por natureza são mais frágeis e devem ser pelos homens dominadas. Mas, há seguimentos sociais que enxergam a realidade do ponto de vista das mulheres agredidas e violentadas, que percebem que essas delegacias ainda não atendem as demandas de tantas mulheres que necessitam recorrer a esta instituição para buscar proteção contra seus algozes. Muitos moram debaixo do mesmo teto.
E, quem sabe se chegará um dia em que falar de Delegacia da Mulher não haverá mais sentido, porque o desenvolvimento social acompanhará do mesmo modo o avanço da técnica, que não haverá mais casos de feminicídios, sendo superado a sociedade  patriarcal.

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

MITO COM PRAZO DE VALIDADE?


Há pouco tempo iniciou-se o novo governo executivo do Brasil, com a posse do presidente Jair Bolsonaro, e com esse evento muitas expectativas se afloram no imaginário coletivo do povo brasileiro. Anos antes da última eleição presidencial, Jair Bolsonaro, ainda deputado federal, atraiu para si diversos seguidores, como fãs e admiradores, por conta de seus discursos radicais com tons firmes e truculentos contra movimentos sociais e políticos de partidos ideologicamente de esquerda. Oposicionista ferrenho do governo do PT, Jair Bolsonaro afirma que este partido e os movimentos por este apoiado afundaram o país, colocando-o numa tremenda crise econômica e institucional, que os jornais noticiavam cotidianamente.
Contudo, esse governo começou a dar os primeiros passos na condução executiva da nação e, já deixa mostras que a imagem do personagem mitológico Jair Bolsonaro, homem íntegro e incorruptível, semideus moralizador e defensor dos bons costumes poderá sofrer pequenas fissuras ou mesmo desabar por conta dos jornais apresentarem ao público algumas situações e relações, no mínimo estranhas, envolvendo pessoas ligadas ao seu governo e até seus próprios filhos nelas envolvidas. E, se soma a isso, seus novos discursos, recheados de palavras bem estruturadas e, de sofismos para defender interesses específicos de um grupo social privilegiado economicamente em detrimento dos direitos sociais da grande massa populacional, como os direitos trabalhistas, por exemplo.
Uma atitude que não agrada nem mesmo uma parcela da classe média brasileira é o alinhamento idolátrico de presidente Jair Bolsonaro aos EUA e a Israel. Essas nações conhecidas internacionalmente por promover ataques bélicos e exploração das nações menos desenvolvidas, o discurso do novo presidente sinaliza um afrouxamento do Brasil aos interesses das nações mais ricas e poderosas. E, mesmo falando da defesa da soberania nacional, na prática seu plano de política internacional sinaliza submissão brasileira às nações imperialistas.
Dessa forma, o prognóstico até o momento é o arruinamento sistemático da imagem do personagem mitológico. Isso pode não significar a redução do poder e influência desse governo na relação com o poder legislativo e judiciário, mas, do desabamento da ilusão, mais uma vez criada no imaginário popular, da chegada do messias salvador da pátria.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

MASSA DE MANOBRA- INSTRUMENTALIZAÇÃO DO POVO


No decorrer da história da humanidade diversas manifestações de massa populacional foram eventos que líderes sedentos de conquistar e/ou expandir domínios sobre povos e nações, e destronar um mandante para assumir seu lugar exploraram como ações fundamentais para sedimentar seus interesses. Essa massa é formada por uma multidão de pessoas reunidas definidas  como massa de manobra, pois manipuladas por grupos sociais e políticos que ocultam seus verdadeiros interesses, divulgam falsamente ideias de libertação popular e a implantação  de uma nova terra de prosperidade, paz e fraternidade.
Entre tantos exemplos que a história da humanidade pode ilustrar como se forma as grandes manifestações de massa, utilizaremos alguns para despertar nossa reflexão e, buscarmos compreender o porquê a população brasileira não consegue compreender a real situação política e econômica do Brasil e, como a verdade é velada para nós, tanto aos letrados quanto aos que não tiveram a possibilidades de frequentar as escolas.
No tempo em que Jerusalém se encontrava sob o domínio dos romanos e, que os sacerdotes do Templo eram os líderes religiosos dos judeus, surgiu um homem cativante chamado Jesus. Os gestos de Jesus para com o povo deixaram as lideranças sociais e religiosas dos judeus sentindo-se ameaçados em seus interesses de poder, mas não queriam revelar a verdadeira motivação de aversão a ele. Após realizarem conspiração para prender Jesus, convenceram a multidão do falso perigo que ele representava para a ordem e paz social. A massa populacional, convicta de que defendia o interesse comum, pedia a crucificação de Jesus no tradicional evento da páscoa promovido pelo governo romano de Jerusalém, em que um prisioneiro se tornava liberto e, outro era executado.
No tempo moderno, um evento histórico que findou oficialmente o governo absolutista e, implantou a formação do Estado burguês, a classe trabalhadora formou uma grande massa de manobra, que persuadida pelas ideias burguesas de liberdade, fraternidade e igualdade lutou bravamente ao lado da burguesia e, unidas derrubaram o poder político da nobreza e do clero. Entretanto, o verdadeiro interesse da burguesia era  conquistar o poder político. Como ela detinha o poder econômico, desejava implantar um Estado que pudesse reconhecer as leis que lhe pudessem favorecer enquanto classe social e, não ter mais obrigação de sustentar a nobreza e o clero com altos impostos. Assim se realizou o ideal burguês, conquistado graças a manipulação da massa da classe trabalhadora, com seu auxílio fundamental para a concretização desse objetivo.
Nos últimos anos no Brasil houve diversas manifestações de massa com as mais variadas reivindicações. O que há em comum nelas, desde a luta para impedir o aumento de vinte centavos na passagem de ônibus, como do impeachment da presidente Dilma Rousseff, o movimento contra ou a favor da prisão de Lula é a busca de recrutamento de pessoas dispostas a manifestar convencidas falsamente sobre a defesa de seus interesses. A grande massa é manobrada para lutar em defesa de interesses de um pequeno grupo elitizado, enquanto esse mesmo grupo alcança com as grandes movimentações de massa seus ganhos, os quais a maioria das pessoas se encontra excluída dessa partilha.
E, movimentações que manipulam a massa ainda serão realizadas na história humana. O ser humano continuará sendo um ser incompleto e, sentindo no seu interior a necessidade da satisfação. De suas necessidades muitos darão as mais variadas soluções para a própria satisfação, baseadas nas ciências, nas religiões, em crenças ideológicas, etc. E, a incessante busca de respostas para a própria contingência e a solução para as próprias insatisfações, muitas pessoas se agrupam em massa dispostas em seguir líderes que apontem para elas a verdade lhes poupando do esforço de por si mesmo de buscá-la.

É OU PARECE SER

A vida e suas disputas. Hoje me vi cantando uma canção de Renato Russo que diz que tudo que é demais não é o bastante, que a primeira vez é ...